A noite guarda aquilo que cala,
Semeia segredos onde a luz não fala.
Quem escuta o sussurro do chão,
Reconhece o caminho da imensidão.
A brisa recita o que o tempo quis:
Vinte e cinco silêncios que deixaste por um triz.
A lembrança caminha na pele da folha,
Onde a ausência se curva, onde a saudade molha.
No espelho do musgo, o reflexo se desfaz.
Ali repousa o rastro de três, fugaz.
Nenhum eco retorna da pedra fria,
Somente o som do vento e da poesia.
Em tronco curvado pela estação,
Esconde-se o ritmo do coração.
Sob casca firme e sombra de raiz,
Habita o pulso vivo do sete, por um triz.
E quando a terra estremece, discreta,
A alma se encontra onde tudo recomeça.
Na dança dos galhos, tão sutil, tão gentil,
Ecoa o compasso suave do seis, infantil.
Num ponto onde o céu toca o chão,
Surge o presságio, sem explicação.
Uma palavra — uma só, sem alarde —
Diz mais do que mil: é nove, que arde.
Quem carrega o mapa da memória
Conhece a curva da velha história.
E entre as linhas do vento comum,
Ouve o sussurro: apenas um.
A jornada repete, sob véu de luar,
Pois às vezes o destino quer lembrar.
Quando a dúvida volta, outra vez vem algum,
E o nome do passo é novamente um.
A clareira se abre, a relva respira,
E o tempo responde, embora delira.
Por entre arbustos, no tempo que move,
Surge o sopro de quarenta e nove.
Mais adiante, onde a luz se desfaz,
Ecoa um segredo envolto em paz.
No contorno da rocha, do jeito que vem,
Se revela o selo do antigo três, também.
O musgo murmura, confia no tom,
A direção revela o sétimo dom.
Como no início, porém diferente,
O nome do passo é sete, novamente.
Mas o fim exige o toque preciso,
Um som, um gesto, um leve aviso.
Na quietude da relva, que o vento define,
Se manifesta o velho nove, sublime.
Agora, antes do destino selar,
Escute o que não se pode falar.
O último código — sim, ele é sete,
E não se perde, por mais que se repete.
A folha desce, beija o chão sutil,
Marca a jornada no instante febril.
No ponto exato onde o mundo se inclina,
Repousa a verdade: um, fina linha.
Na curva final do sopro do tempo,
Uma promessa selada no vento.
Com passo firme, sem nada por trás,
Segue o caminho com a ajuda de cinco sinais.